quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Cativeiro CLEVELAND

Mulheres são resgatadas após onze anos de sequestro nos EUA










Berry desapareceu em abril de 2003, quando tinha 16 anos, após sair do trabalho, informou o FBI. A mãe da jovem, Louwanna Miller, morreu de ataque cardíaco em março de 2006, segundo a imprensa.

DeJesus tinha apenas 14 anos em 2004 quando desapareceu após deixar a escola.

Knight desapareceu aos 21 anos, no dia 23 de agosto de 2002, depois de visitar uma prima, segundo o jornal Cleveland Plain Dealer.

Charliez Czorb, vizinha do suposto sequestrador, se disse surpresa com o tempo que as três jovens passaram no cativeiro sem que ninguém percebesse.

"Estavam no nosso quintal. Estas meninas estavam presas em nosso quintal".

Ariel Castro foi descrito pelos vizinhos como um amigável motorista de ônibus e músico. Também afirmaram que geralmente deixavam as filhas brincar com seus netos.

Um vizinho viu Amanda Berry gritando e tentando sair da casa.

"Escutei gritos (...) e vi esta garota tentando fugir como uma louca da casa", disse Charles Ramsey à rede de televisão ABC.

"Fui até a entrada e ela disse: me ajude a sair, estou aqui há muito tempo".

Ramsey contou que tentou abrir a porta e como não conseguiu, teve que derrubá-la, antes que a mulher saísse se arrastando e "levando consigo uma criança pequena".

Berry correu até uma casa vizinha para chamar a polícia, implorando que viessem o mais rápido possível, "antes que ele volte".

"Sou Amanda Berry. Fui sequestrada. Estive desaparecida durante 10 anos. Estou livre, estou aqui agora", disse a jovem ao número de emergência 911.

Amanda Berry revelou que ela e outras duas jovens eram mantidas em cativeiro por Ariel Castro.

Quando a polícia chegou, ela contou sobre as outras duas mulheres na casa: Gina DeJesus e Michelle Knight

Ariel Castro, principal suspeito pelos sequestros de três mulheres em Cleveland, era um homem com duas caras, segundo informações divulgadas: por um lado, um músico amante de automóveis, por outro, uma pessoa que teria agredido ex-mulher e filhos durante anos.
Juntamente com seus irmãos Pedro, de 54 anos, e Oneil, de 50, este ex-motorista de ônibus escolares de 52 anos enfrenta acusações criminais pelo rapto, durante uma década, de Amanda Berry, Gina DeJesus e Michelle Knight.
As três mulheres foram libertadas na noite de segunda-feira (6) de uma casa de dois andares e quatro quartos de propriedade de Castro, situada no número 2207 da Seymour Avenue, em uma área de classe média de Cleveland (Ohio, norte dos Estados Unidos).

Castro, que no alpendre de casa mantinha uma bandeira porto-riquenha, vem de uma família que emigrou da ilha caribenha após a Segunda Guerra Mundial e se fixou em Cleveland, na época um distrito industrial.
Seu pai, Nona Castro, falecido em 2004, dirigia uma loja de carros usados, enquanto seu tio, Julio 'Cesi' Castro, de 78 anos, se mantém como um pilar da comunidade hispânica da cidade.
A reputação de Ariel Castro no bairro onde morava era boa.

"Moro aqui há um ano. Fiz churrasco com esse homem. Comemos costelas ouvindo salsa ao fundo", contou a uma emissora de TV local Charles Ramsey, o vizinho que ajudou Amanda Berry a fugir.
Ramsey também lembra de ter visto Castro em seu jardim brincando com os cães ou consertando carros e motos.
Mas Julio Castro disse que seu sobrinho se isolou da família depois da morte do pai em 2004, no ano em que DeJesus desapareceu, um ano após o rapto de Berry e dois anos depois de Knight ter sido vista pela última vez.
"Talvez fosse o tipo de pessoa que tinha duas vidas", contou Julio Castro à emissora CNN.
Em 2005, a ex-mulher de Castro, Grimilda Figueroa, falecida no ano passado, tinha alegado perante uma corte familiar que Castro frequentemente sequestrava as duas filhas do casal, Emily e Arlene e as mantinha distantes da mãe.
Figueroa tinha denunciado sofrer violências que a deixou em diversas ocasiões com o nariz ou uma costela quebrada, o ombro deslocado e um coágulo de sangue no cérebro, e pediu ao juiz que instasse Castro 'a cessar suas ameaças de morte'.O filho do casal, Anthony Castro, um bancário de 31 anos residente em Cincinnati, afirmou ao jornal britânico Daily Mail que sua mãe abandonou a casa com os três filhos em 1996 após anos de abusos.
"Eu também fui espancado", disse.
O suspeito Ariel Castro dirigiu ônibus escolares por 22 anos, com anotações de infrações de trânsito e incidentes, como em 2004 quando deixou sozinho um menino com necessidades especiais enquanto foi comprar um hambúrguer, até ser demitido em novembro de 20212.
Segundo o jornal Plain Dealer, Castro era um baixista amador e tocou baixo por 15 anos em uma banda de música latina, o Grupo Kanon. "Ele fazia o trabalho, mas ficou cada vez menos confiável nos últimos anos", afirmou o líder da banda, Ivan Ruiz, que também o demitiu no ano passado.
"Era como se não pudesse deixar sua casa", afirmou.
Uma prima dos três irmãos, Maria Castro Montes, pediu, por sua vez, que sua família não seja julgada pelas ações de Ariel.
"Em nome da família Castro, queria dizer que todos realmente sentimos pena delas, por tudo que sofreram, e se isso foi obra de um membro de nossa família, ele deva pagar por isso".
"Ele também enganou nossa família. Obviamente alguém que é capaz destas coisas tem uma conduta sociopata, que obviamente ocultou bem durante muitos anos", concluiu.




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